Diagnóstico
Saiba os critérios para o Diagnóstico
O diagnóstico da fibromialgia é difícil de fazer, muito demorado e nem sempre preciso. Em parte, por se tratar de uma síndrome cujos sintomas se confundem com os de várias outras condições crônicas. Mas, principalmente porque os critérios de diagnóstico propostos pelos cientistas para a fibromialgia há 30 anos foram, e ainda são, pouco assimilados pelos médicos, especialmente no primeiro atendimento. Descrever e comparar os principais critérios de diagnóstico ora vigentes é o propósito dessa seção.
A incerteza e a falta de confiança nos critérios diagnósticos de fibromialgia utilizados na prática clínica ainda são reportados, especialmente em ambientes de atenção primária.
Uma pesquisa publicada em 2011, abrangendo uma centena de médicos americanos com consultórios privados mostrou que a metade (46%) relatava alguma incerteza ao diagnosticar fibromialgia, e que apenas 42,5% deles reconhecia ter dado atendimento oportuno e benéfico.1Primary care physicians’ perceptions of the challenges and barriers in the timely diagnosis, treatment and management of fibromyalgia, Nandini Hadker, MA, Suchita Garg, MS, Arthi B Chandran, MS MPH, Sheila M Crean, MPH, Michael McNett, MD, Stuart L Silverman, MD, PMC, Pain Res Manag. 2011 Nov-Dec; 16(6): 440–444. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.
O encaminhamento a um especialista deve ser limitado a situações em que haja suspeita clínica razoável de alguma outra condição que esteja se apresentando de forma semelhante a fibromialgia, ou do diagnóstico ser incerto, encaminhando para um reumatologista, neurologista, para clínicas multidisciplinares de dor, ou para um psiquiatra ou psicólogo.
Até que a fisiopatologia seja melhor compreendida e os biomarcadores sejam identificados, o diagnóstico se baseia no relato do paciente e na avaliação clínica.
Destaque para o modelo biopsicossocial-espiritual, em que não apenas fatores biológicos (por exemplo, predisposição genética), mas também psicossociais (por exemplo, estresse) e espirituais contribuem para a predisposição, desencadeamento e perpetuação dos sintomas da fibromialgia.3General treatment principles, coordination of care and patient education in fibromyalgia syndrome : Updated guidelines 2017 and overview of systematic review articles, Petzke F, Brückle W, Eidmann U, Heldmann P, Köllner V, Kühn T, Kühn-Becker H, Strunk-Richter M, Schiltenwolf M, Settan M, von Wachter M, Weigl M, Häuser W, PubMed, Schmerz. 2017 Jun;31(3):246-254. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.
Muitas pessoas têm a impressão de que a fibromialgia é um diagnóstico que abrange qualquer desconforto – ou condição dolorosa inexplicável – porque não há um único teste ou sintoma óbvio usado para diagnosticá-la. Contudo, conforme o American College of Rheumatology, a fibromialgia atualmente deve ser diagnosticada com base nos seguintes fatores:
Dor Generalizada, definida como dor em pelo menos 4 de 5 regiões do corpo. | |
Sintomas adicionais, como fadiga, falta de sono e dificuldade para pensar ou se concentrar. | |
Sintomas que duram pelo menos três meses. | |
Nenhuma outra causa aparente para esses sintomas. |
O recurso é de uso discricionário do médico, porém, não figura em nenhum dos protocolos até agora divulgados pela American College of Rheumatology.
Uma alternativa é o uso da escala a seguir:
Escala da DOR da Fibromialgia
Esta escala é um guia para imprimir e depois compartilhar com seu médico, família ou amigos para explicar como você se sente. Os pacientes com fibromialgia podem ter sensações diferentes em diferentes momentos. Esta escala não cobre todos os sintomas.
O ponto de partida
Em 1990, o American College of Rheumatology desenvolveu um teste, logo amplamente aceito, baseado em quatro critérios que definiam a fibromialgia como dor crônica (isto é, dor por mais de 3 meses) em múltiplas partes do corpo:
- dor no esqueleto axial (coluna cervical ou torso anterior ou coluna torácica ou coluna lombar), e
- dor nos lados direito e esquerdo do corpo, e
- dor acima e abaixo da cintura, e
- dor à palpação de pelo menos 11 dos 18 pontos sensíveis (tender points) definidos.4Novas diretrizes para o diagnóstico da fibromialgia, Roberto E. Heymanna, Eduardo S. Paiva, José Eduardo Martinez, Milton Helfenstein Jr, Marcelo C. Rezende, Jose Roberto Provenza, Aline Ranzolin, Marcos Renato de Assis, Daniel P. Feldman, Luiz Severiano Ribeiro, Eduardo J.R. Souza, rev bras reumatol.2017;57(S2):S467–S476. [Internet] scielo.br. Acesse o link.
Os critérios de classificação da fibromialgia apresentados pelo American College of Rheumatology em 1990 avalizavam um diagnóstico de fibromialgia somente acima de 11 pontos nesses 18 pontos dolorosos potenciais de dor em áreas do corpo sensíveis à palpação digital.
A palpação digital devia ser realizada com uma força de aproximadamente 4 kg/cm.
Embora os autores do teste tenham esclarecido que este serviria apenas para fins epidemiológicos e não clínicos, isso nunca ficou claro, nem para os pesquisadores, nem para os médicos.
Logo foi constatado, porém, que portadores de fibromialgia são mais sensíveis em todo o corpo, não apenas nas 18 regiões consideradas “pontos sensíveis”.6Increased pain sensitivity in fibromyalgia: effects of stimulus type and mode of presentation, Frank Petzke, Daniel J Clauw, Kirsten Ambrose, Albert Khine, Richard H Gracely, Pain, Volume 105, Issue 3, October 2003, Pages 403-413. [Internet] sciencedirect.com. Acesse o link.
As instruções verbais a serem dadas ao paciente antes e durante o teste dos pontos de dor não eram padronizadas; nem havia instruções para o médico examinador quanto à intensidade e duração da pressão a ser aplicada a esses pontos; e, finalmente, a entidade “sensibilidade” (tenderness), que justifica a expectativa de dor num local do corpo, era inadequadamente operacionalizada.
Por fim, constatou-se que o critério dos pontos de dor foi encampado por poucos médicos.7General treatment principles, coordination of care and patient education in fibromyalgia syndrome : Updated guidelines 2017 and overview of systematic review articles, Petzke F, Brückle W, Eidmann U, Heldmann P, Köllner V, Kühn T, Kühn-Becker H, Strunk-Richter M, Schiltenwolf M, Settan M, von Wachter M, Weigl M, Häuser W, PubMed, Schmerz. 2017 Jun;31(3):246-254. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.
A renovação
Em suma, a definição de fibromialgia mudou de um distúrbio de dor predominantemente crônico para um distúrbio de múltiplos sintomas e eliminou o exame de pontos sensíveis como uma exigência para o diagnóstico.8Fibromyalgia Criteria and Severity Scales for Clinical and Epidemiological Studies: A Modification of the ACR Preliminary Diagnostic Criteria for Fibromyalgia, Wolfe F, Clauw DJ, Fitzcharles MA, Goldenberg DL, Häuser W, Katz RS, Mease P, Russell AS, Russell IJ, Winfield JB, PubMed, J Rheumatol. 2011 Jun;38(6):1113-22. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.
O instrumento podia, sim, ser usado para confirmar um diagnóstico de fibromialgia, mas não para emiti-lo em primeira mão, nem para autodiagnóstico.9Fibromyalgia Criteria and Severity Scales for Clinical and Epidemiological Studies: A Modification of the ACR Preliminary Diagnostic Criteria for Fibromyalgia, Wolfe F, Clauw DJ, Fitzcharles MA, Goldenberg DL, Häuser W, Katz RS, Mease P, Russell AS, Russell IJ, Winfield JB, PubMed, J Rheumatol. 2011 Jun;38(6):1113-22. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.
Os tratamentos para a fibromialgia, e outras doenças como a dor generalizada crônica e a dor regional crônica, são semelhantes. Assim sendo, a diferenciação entre os dois distúrbios fornece pouca ou nenhuma significância do ponto de vista da prática clínica.10Fibromyalgia Criteria and Severity Scales for Clinical and Epidemiological Studies: A Modification of the ACR Preliminary Diagnostic Criteria for Fibromyalgia, Wolfe F, Clauw DJ, Fitzcharles MA, Goldenberg DL, Häuser W, Katz RS, Mease P, Russell AS, Russell IJ, Winfield JB, PubMed, J Rheumatol. 2011 Jun;38(6):1113-22. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.
Fora isso, por conta desses critérios houve classificação errônea de pacientes que não apresentavam dor generalizada, uma vez que eles não consideravam a distribuição dos locais dolorosos por todo o corpo.11Fibromyalgia Criteria and Severity Scales for Clinical and Epidemiological Studies: A Modification of the ACR Preliminary Diagnostic Criteria for Fibromyalgia, Wolfe F, Clauw DJ, Fitzcharles MA, Goldenberg DL, Häuser W, Katz RS, Mease P, Russell AS, Russell IJ, Winfield JB, PubMed, J Rheumatol. 2011 Jun;38(6):1113-22. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.
A última palavra
(Por enquanto)
A fibromialgia passou a ser diagnosticada em adultos quando todos os seguintes critérios forem atendidos:
Índice de dor generalizada (WPI) ≥7 e escore de gravidade dos sintomas (SSS) ≥5 ou WPI 4–6 e escore SSS ≥9. | |
Dor generalizada, definida como dor em pelo menos 4 das 5 regiões. (superior esquerdo, superior direito, inferior esquerdo, inferior direito, axial). Nessa definição, dor na mandíbula, tórax e dor abdominal não são avaliadas como parte da definição generalizada de dor. | |
O Índice de Dor Generalizada e os Escores de Gravidade dos sintomas que faziam parte dos Critérios de Diagnóstico da Fibromialgia em 2010 foram combinados em um único questionário com pontuação máxima de 31 e podem ser preenchidos por autorrelato. Uma pontuação de corte entre 12 e 13 pontos é usada para distinguir aqueles que preencheram os critérios do American College of Rheumatology revisados em 2010 daqueles que não cumpriram. | |
Os sintomas estão presentes em um nível semelhante há pelo menos 3 meses. | |
Um diagnóstico de fibromialgia é válido independentemente de outros diagnósticos. Ele não exclui a presença de outras doenças clinicamente importantes. |
Os critérios médicos são válidos para o diagnóstico clínico individual do paciente. Porém, a versão de autorelato dos critérios é válida apenas para estudos de pesquisa.12Fibromyalgia Criteria and Severity Scales for Clinical and Epidemiological Studies: A Modification of the ACR Preliminary Diagnostic Criteria for Fibromyalgia, Wolfe F, Clauw DJ, Fitzcharles MA, Goldenberg DL, Häuser W, Katz RS, Mease P, Russell AS, Russell IJ, Winfield JB, PubMed, J Rheumatol. 2011 Jun;38(6):1113-22. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.132019 Update of the American College of Rheumatology/Spondylitis Association of America/Spondyloarthritis Research and Treatment Network Recommendations for the Treatment of Ankylosing Spondylitis and Nonradiographic Axial Spondyloarthritis, Michael M. Ward, Atul Deodhar, Lianne S. Gensler, Maureen Dubreuil, David Yu, Muhammad Asim Khan, Nigil Haroon, David Borenstein, Runsheng Wang, Ann Biehl, Meika A. Fang, Grant Louie, Vikas Majithia, Bernard Ng, Rosemary Bigham, Michael Pianin, Amit Aakash Shah, Nancy Sullivan, Marat Turgunbaev, Jeff Oristaglio, Amy Turner, Walter P. Maksymowych, Liron Caplan, Arthritis Care & Research, Wiley Online Library. [Internet] onlinelibrary.wiley.com. Acesse o link.
A tal escala, produto da modificação nos critérios do American College of Rheumatology 2010 permite a sua utilização em estudos epidemiológicos e clínicos sem a exigência de um examinador.
Os critérios são simples de usar e administrar, mas não devem ser usados para autodiagnóstico.
A escala pode ter ampla utilidade além dos limites da fibromialgia, em estudos epidemiológicos.
A pontuação possível varia de 0 a 31 pontos. Uma pontuação de 13 pontos é consistente com o diagnóstico de fibromialgia.
1. Por favor, indique se você teve dor ou sensibilidade nos últimos 7 dias nas áreas mostradas abaixo. Marque as caixas no diagrama para cada área onde você teve dor ou sensibilidade:
1 ponto por caixa de seleção; intervalo de pontuação: 0-19 pontos
Sintoma gravidade
2. Para cada sintoma listado abaixo, use a seguinte escala para indicar a gravidade do sintoma nos últimos 7 dias:
Pontos | 0 | 1 | 2 | 3 |
Fadiga | ||||
Problema em pensar ou lembrar | ||||
Levantar-se cansado (ou “passado”) |
3. Durante os últimos 6 meses, você teve algum dos seguintes sintomas?
Pontos | 0 | 1 |
Dor ou cãibras no abdome inferior | ||
Depressão | ||
Dor de cabeça |
0. Sem problemas; 1. Problema leve ou ameno: geralmente leve ou intermitente; 2. Problema modelado: problemas consideráveis, frequentemente presentes em um nível moderado; 3. Problema sério: problemas contínuos e perturbadores da vida. Intervalo de pontuação: 0-12 pontos.
Critérios Adicionais
4. Os sintomas das questões 2 e 3 de Sintoma gravidade e dor generalizada têm estado presentes em um nível semelhante por pelo menos 3 meses:
Não | Sim |
5. Você tem um distúrbio que, de outra forma, explicaria a dor?
Não | Sim |
Sem pontuação
A alternativa
A classificação de ACTTION-APS FM fornece um sistema de diagnóstico baseado em evidências para a fibromialgia.
Ela inclui critérios diagnósticos, características comuns, comorbidades, consequências e mecanismos putativos.
Identificando a fibromialgia principalmente como um distúrbio da dor, os critérios diagnósticos centrais incluem:
Dimensão 1
A presença de dor multilocalizada (multisite), definida como:
A presença de dor em 6 dos 9 locais possíveis. | |
Juntamente com fadiga moderada a grave. | |
Ou problemas de sono. | |
Avaliados por um profissional de saúde. |
Presentes por pelo menos 3 meses.
Dimensão 2
Características que podem apoiar um diagnóstico de fibromialgia são:
A sensibilidade, definida como uma sensibilidade generalizada de tecidos moles e músculos à pressão que normalmente não seria esperado causar dor. | |
O déficit cognitivo (ex.: dificuldade de concentração, esquecimento e pensamento desorganizado ou lento). | |
A rigidez musculoesquelética, experimentada em vários graus, por todos os pacientes com fibromialgia. Curiosamente, é difícil de distinguir da rigidez em condições como artrite reumatoide, polimialgia reumática e espondilite anquilosante. A rigidez relacionada à fibromialgia não responde aos corticosteroides. | |
A sensibilidade ambiental ou hipervigilância, manifestando-se como intolerância a luzes fortes, ruídos altos, perfumes e frio.15O que é Sensibilidade Química Múltipla e Como Tratar, Tua Saúde. [Internet] tuasaude.com. Acesse o link.16How to make a melanoma: what do we know of the primary clonal events, Dorothy C. Bennett, Wiley Online Library, Pigment Cell & Melanoma ResearchVolume 21, Issue 1. [Internet] onlinelibrary.wiley.com. Acesse o link. |
Dimensão 3
Um amplo espectro de possíveis comorbidades, que inclui:
Vários distúrbios de dor somática. | |
Condições psiquiátricas. | |
Distúrbios do sono. | |
Doenças reumáticas. |
Dimensão 4
Os efeitos relacionados à doença, à má qualidade de vida e ao alto custo indireto compõem o ônus da fibromialgia. Inclui os fatores de risco da doença, como a familiaridade para a dor crônica funcional, distúrbios ambientais e estressores que podem desencadear a doença, como eventos adversos na primeira infância, trauma, etc.
Locais dolorosos
Fonte: AAPT Diagnostic Criteria for Fibromyalgia (Jounal of Pain, Junho 2019)
Os conceitos de “dor generalizada” (Widespread Pain, ou CWP, segundo a American College of Rheumatology) e de “dor multilocalizada” (Multisite Pain, ou MSP, segundo a classificação AAPT). | |
O MSP é uma contagem simples do número de locais do corpo com dor, enquanto o CWP requer uma distribuição anatômica específica da dor relatada.17Impact of Moving From a Widespread to Multisite Pain Definition on Other Fibromyalgia Symptoms, Dean LE, Arnold L, Crofford L, Bennett R, Goldenberg D, Fitzcharles MA, Paiva ES, Staud R, Clauw D, Sarzi-Puttini P, Jones GT, Ayorinde A, Flüß E, Beasley M, Macfarlane GJ, PubMed, Arthritis Care Res (Hoboken). 2017 Dec;69(12):1878-1886. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link. | |
A classificação da dor simplesmente pelo número autorrelatado de locais distribuídos por todo o corpo, incluindo locais articulares, é suficiente para definir a dor da fibromialgia, no caso da AAPT.18AAPT Diagnostic Criteria for Fibromyalgia. Arnold LM, Bennett RM, Crofford LJ, Dean LE, Clauw DJ, Goldenberg DL, Fitzcharles MA, Paiva ES, Staud R, Sarzi-Puttini P, Buskila D, Macfarlane GJ. J Pain. 2019 Jun. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link. | |
Os fatores não-dolorosos coadjuvantes incluídos no cálculo do ponto de corte. O American College of Rheumatology apresenta Sintomas de Severidade, e a AAPT, distúrbios do sono e fadiga. |
Os critérios diagnósticos preliminares do American College of Rheumatology (ACR)112 e os critérios modificados de 2016 podem ser usados para validar um diagnóstico clínico de fibromialgia.19AAPT Diagnostic Criteria for Fibromyalgia, Lesley M. Arnold, Robert M. Bennett, Leslie J. Crofford, Linda E. Dean, Daniel J. Clauw, Don L. Goldenberg, Mary-Ann Fitzcharles, Eduardo S. Paiva, Roland Staud, Piercarlo Sarzi-Puttini, Dan Buskila, Gary J. Macfarlane, the Journal of Pain, June 2019Volume 20, Issue 6, Pages 611–628. [Internet] jpain.org. Acesse o link.
Na Alemanha, uma dezena de cientistas recomendou em 2009 que a síndrome de fibromialgia fosse diagnosticada de acordo com os critérios do American College of Rheumatology ou de acordo com critérios baseados em sintomas (ex.: dor generalizada, sensação de rigidez, perturbação do sono) e outros.
Que isso fosse feito com base nas informações dos pacientes, sem qualquer teste dos pontos dolorosos; e que o diagnóstico de fibromialgia não fosse rejeitado se os pacientes disserem que têm “dor em toda parte” durante o exame.20Fibromyalgia Syndrome, Winfried Häuser, Dr. med., Wolfgang Eich, Prof. Dr. med., Markus Herrmann, Prof. Dr. med., Detlev O. Nutzinger, Prof. Dr. med., Marcus Schiltenwolf, Prof. Dr. med., and Peter Henningsen, Prof. Dr. Med., Dtsch Arztebl, PMC Int. 2009 Jun; 106(23): 383–391. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.21General treatment principles, coordination of care and patient education in fibromyalgia syndrome : Updated guidelines 2017 and overview of systematic review articles, Petzke F, Brückle W, Eidmann U, Heldmann P, Köllner V, Kühn T, Kühn-Becker H, Strunk-Richter M, Schiltenwolf M, Settan M, von Wachter M, Weigl M, Häuser W, PubMed, Schmerz. 2017 Jun;31(3):246-254. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.
Alguns reumatologistas acreditam que testar esses pontos sensíveis é clinicamente útil.22Pressure pain threshold in pain-free subjects, in patients with chronic regional pain syndromes, and in patients with fibromyalgia syndrome, Granges G, Littlejohn G, PubMed, Arthritis Rheum. 1993 May;36(5):642-6. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.
Contudo, o American College of Rheumatology não mais recomenda a utilidade da apalpação nos pontos sensíveis, enquanto a diretriz é se basear no relato do paciente. Igualmente na Alemanha.23Fibromyalgia Syndrome, Winfried Häuser, Dr. med., Wolfgang Eich, Prof. Dr. med., Markus Herrmann, Prof. Dr. med., Detlev O. Nutzinger, Prof. Dr. med., Marcus Schiltenwolf, Prof. Dr. med., and Peter Henningsen, Prof. Dr. Med., Dtsch Arztebl, PMC Int. 2009 Jun; 106(23): 383–391. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.
Avaliação diagnóstica da fibromialgia
Averiguação da História Completa:
Sintomas gerais:
Histórico Familiar, Medicamentos atuais, Atividades prejudicadas da vida diária, Noções subjetivas de causa e medos relacionados à doença e estressores psicossociais. |
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Exame físico de todo o corpo | |
Testes diagnósticos auxiliares planejados para a rápida exclusão de outras condições |
Fonte: ncbi.nlm.nih.gov24[Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.25Fibromyalgia Syndrome, Winfried Häuser, Dr. med., Wolfgang Eich, Prof. Dr. med., Markus Herrmann, Prof. Dr. med., Detlev O. Nutzinger, Prof. Dr. med., Marcus Schiltenwolf, Prof. Dr. med., and Peter Henningsen, Prof. Dr. Med., Dtsch Arztebl, PMC Int. 2009 Jun; 106(23): 383–391. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.
As atuais diretrizes apoiam que o seu procedimento permaneça clínico, com a finalidade de descartar alguma outra doença somática que possa explicar suficientemente os sintomas.
Se a tese de que a fibromialgia é causada por uma deficiência nos mecanismos inibitórios da dor no Sistema Nervoso Central prevalecer, isso pode mudar.
Nesse caso, justificar-se-ia um diagnóstico específico para a fibromialgia, embora sem dispensar diagnósticos diferenciais.
Embora existam numerosas condições médicas parecidas com a fibromialgia, tais como doenças neurológicas e internas (por exemplo, mieloma múltiplo), elas podem ser excluídas por uma avaliação clínica cuidadosa.
Testes laboratoriais de triagem são algumas vezes obtidos para avaliar outras possíveis causas de sintomas ou sinais.
Estes testes incluem a taxa de sedimentação de eritrócitos e/ou proteína C-reativa, hemograma completo, painel metabólico abrangente e teste da função tiroidiana.
Sempre dependendo dos sintomas, histórico médico e exame físico, outros testes como o de ferritina, capacidade de ligação de ferro e porcentagem de saturação e níveis de vitamina B12 e vitamina D, podem ser indicados.26Effects of vitamin D optimization on quality of life of patients with fibromyalgia: A randomized controlled trial, Mirzaei A, Zabihiyeganeh M, Jahed SA, Khiabani E, Nojomi M, Ghaffari S, PubMed, Med J Islam Repub Iran. 2018 Apr 5;32:29. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.
Nenhuma radiação é usada no processo de imagem.
O seu foco é a medição do calor produzido por áreas do corpo, e não é provado que isso caracterize a fibromialgia. Ela é aceita por poucos médicos.
Esses recursos ajudam a explorar os sintomas, a qualidade de vida relacionada à saúde e a conformidade médica.
Um exemplo é o Questionário do Impacto da Fibromialgia (FIQ), que avalia seis domínios (dor, sensibilidade, fadiga, rigidez, função multidimensional e sono) e é um meio padronizado de avaliar a função e a qualidade de vida relacionada à saúde.
Trabalhos recentes identificaram subgrupos de pacientes com fibromialgia com base no status psicossocial e na resposta biológica à dor. A variedade complica o tratamento.27Differential responses by psychosocial subgroups of fibromyalgia syndrome patients to an interdisciplinary treatment, Turk DC, Okifuji A, Sinclair JD, Starz TW, PubMed, Arthritis Care Res. 1998 Oct;11(5):397-404. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.
Por um lado, há o temor de que o diagnóstico deprima o paciente, o incapacite e o faça correr atrás de drogas. (Danos iatrogênicos, ou seja, efeitos adversos resultantes de erro médico, têm implicações legais.)
Por outro lado, estudos sugerem que o oposto é verdadeiro: estabelecer um diagnóstico de fibromialgia pode proporcionar alívio substancial para os pacientes.
De fato, uma vez estabelecido o diagnóstico, pode haver diminuição da utilização dos serviços de saúde, com redução de encaminhamentos e testes diagnósticos, buscando causas de dor.28Facts and myths pertaining to fibromyalgia, Winfried Häuser MD, Klinikum Saarbrücken, Mary-Ann Fitzcharles MD, Alan Edwards, PMC, Dialogues Clin Neurosci. 2018 Mar; 20(1): 53–62. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.
Na Alemanha, recomenda-se que o diagnóstico da fibromialgia seja comunicado explicitamente ao paciente, juntamente com informações sobre as opções de tratamento).
É indicado aos pacientes como acessar a versão do paciente da diretriz alemã de fibromialgia e também são informados sobre os programas de educação das associações alemãs de autoajuda).29General treatment principles, coordination of care and patient education in fibromyalgia syndrome : Updated guidelines 2017 and overview of systematic review articles, Petzke F, Brückle W, Eidmann U, Heldmann P, Köllner V, Kühn T, Kühn-Becker H, Strunk-Richter M, Schiltenwolf M, Settan M, von Wachter M, Weigl M, Häuser W, PubMed, Schmerz. 2017 Jun;31(3):246-254. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.
Os sintomas são permanentes na maioria dos pacientes. | |
Os sintomas não levam à invalidez ou diminuem a expectativa de vida. | |
O alívio total dos sintomas não é possível na maioria dos casos. | |
Os objetivos do tratamento são a melhora e a manutenção da qualidade de vida (capacidade funcional em situações do cotidiano) e redução dos sintomas. | |
A atividade física regular, como o exercício cardiovascular, contribui para a redução dos sintomas e para uma melhor adaptação aos sintomas. | |
Além de informações gerais sobre a doença, os pacientes devem estar cientes de qualquer literatura disponível localmente para pacientes com fibromialgia.30Fibromyalgia Syndrome, Winfried Häuser, Dr. med., Wolfgang Eich, Prof. Dr. med., Markus Herrmann, Prof. Dr. med., Detlev O. Nutzinger, Prof. Dr. med., Marcus Schiltenwolf, Prof. Dr. med., and Peter Henningsen, Prof. Dr. Med., Dtsch Arztebl, PMC Int. 2009 Jun; 106(23): 383–391. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link. |
Pesquisa de 368 pacientes com artrite para aliviar o impacto na vida diária e estratégias de tratamento.
J Gottlieb Eskom Science Expo 2006.31[Internet] arthritis.co.za. Acesse o link.
Em média, a demora na América do Norte e no Reino Unido varia entre 6 e 8 anos, dependendo do estudo.
Uma pesquisa feita via questionário com 800 pacientes com fibromialgia e 1622 médicos em 6 países europeus, México e Coréia do Sul revelou uma demora em média de 6,5 anos,32A patient survey of the impact of fibromyalgia and the journey to diagnosis. Choy E, Perrot S, Leon T, Kaplan J, Petersel D, Ginovker A, Kramer E. BMC Health Serv Res. 2010 Apr 26. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link. e outro estudo brasileiro, 7,5 anos.33Time to diagnosis of fibromyalgia and factors associated with delayed diagnosis in primary care, Omer Gendelman, Howard Amital, Yael Bar-On, Dana Ben-Ami Shor, Daniela Amital, Shmuel Tiosano, Varda Shalev, Gabriel Chodick, Dahlia Weitzman, Best Practice & Research Clinical Rheumatology, Volume 32, Issue 4, August 2018, Pages 489-499. [Internet] sciencedirect.com. Acesse o link.
Uma enquete por questionário de 800 pacientes com fibromialgia e 1622 médicos em 6 países europeus, México e Coréia do Sul reportou em 2010 que o diagnóstico de fibromialgia pode levar mais de 2 anos, com os pacientes observando uma média de quase 4 médicos diferentes durante esse tempo.34A patient survey of the impact of fibromyalgia and the journey to diagnosis, Ernest Choy, Serge Perrot, Teresa Leon, Joan Kaplan, Danielle Petersel, Anna Ginovker, Erich Kramer, BMC Health Services Research, volume 10, Article number: 102 (2010). [Internet] bmchealthservres.biomedcentral.com. Acesse o link.
Por exemplo, em um ambiente clínico, as crenças e vieses dos médicos influenciam o diagnóstico de fibromialgia.35Culture, science and the changing nature of fibromyalgia, Wolfe F, Walitt B, PubMed, Nat Rev Rheumatol. 2013 Dec;9(12):751-5. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.
Por isso, uma constelação de sintomas graves pode ser clinicamente interpretada e diagnosticada de muitas maneiras diferentes.36Discriminative value of tender points in fibromyalgia syndrome, Tastekin N, Uzunca K, Sut N, Birtane M, Mercimek OB, PubMed, Pain Med. 2010 Mar;11(3):466-71. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.
Não é tão surpreendente ver pacientes que passaram de médico para médico e que foram submetidos a vários testes de diagnóstico e receberam diagnósticos alternativos, como lúpus eritematoso, artrite reumatoide, artrite inespecífica e simulação de doença.37Are Fibromyalgia Patients Cognitively Impaired? Objective and Subjective Neuropsychological Evidence, Valentina Tesio, Diana M. E. Torta, Fabrizio Colonna, Paolo Leombruni, Ada Ghiggia, Enrico Fusaro, Giuliano C. Geminiani, Riccardo Torta, Lorys Castelli, Wiley Online Library, Arthritis Care & ResearchVolume 67, Issue 1. [Internet] onlinelibrary.wiley.com. Acesse o link.
Os médicos e o diagnóstico de fibromialgia
O diagnóstico de fibromialgia continua a ser um desafio para os médicos, especialmente para clínicos gerais e psiquiatras, como observado em vários países. Muitos médicos, particularmente na atenção primária, confessam falta de conhecimento e habilidade no diagnóstico e tratamento da fibromialgia.
No geral, 53% dos médicos relataram dificuldade em diagnosticar a fibromialgia, 54% relataram que seu treinamento em fibromialgia foi inadequado e 32% se consideraram pouco informados sobre fibromialgia.
A falta de treinamento sobre fibromialgia é frequentemente citada como o motivo da incerteza.38Patients’ and professionals’ views on managing fibromyalgia, Erica Briones-Vozmediano, Carmen Vives-Cases, PhD MPH, Elena Ronda-Pérez, MD PhD MPH, and Diana Gil-González, PhD MPH, PMC, Pain Res Manag. 2013 Jan-Feb; 18(1): 19–24. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.
Uma pesquisa online com médicos foi realizada recentemente (2017) na Arábia Saudita. O objetivo foi o de avaliar o conhecimento sobre fibromialgia incluindo sintomas clínicos, diagnóstico e tratamento. As respostas foram obtidas de 104 médicos.
Fonte: saudija.org39[Internet] saudija.org. Acesse o link.40Assessment of medical practitioners’ knowledge of fibromyalgia in Saudi Arabia, Abdullah Mohammad Kaki, Abdulaziz A Hazazi, Saudi Journal of Anesthesia, Volume : 12, Issue : 2, Page : 178-182. [Internet] saudija.org. Acesse o link.
Em Janeiro de 2012 o Dr. Drauzio Varella entrevistou sobre fibromialgia a Dra. Lin Tchie Yeng, médica fisiatra no Grupo de Dor do Serviço de Ortopedia do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Você acha que talvez muitos médicos ainda menosprezem esse tipo de quadro de dor migratória e generalizada? | |
Nos Estados Unidos, até aproximadamente quatro anos atrás, apenas 25% dos profissionais reconheciam a existência de fibromialgia.
No Brasil, a tendência maior tem sido atribuir a causa dessa dor a fatores de ordem psicológica ou familiar. Assim, é comum receber pacientes tratados sem sucesso durante cinco ou seis anos e aos quais foi indicado consultar um psicólogo ou psiquiatra.41Dra. Lin Tchie Yeng é médica fisiatra e trabalha no Grupo de Dor do Serviço de Ortopedia do Hospital das Clínicas de São Paulo, Drauzio varella, Uol. [Internet] drauziovarella.uol.com.br. Acesse o link. |
O Dr. Dennis Turk, um psiquiatra que é referência no estudo da fibromialgia aponta dois casos.
O médico que menospreza o relato de sintomas eventualmente verdadeiros pode estressar ou até deprimir o paciente, e consequentemente lhe causar mais dor.
Por outro lado, aquele que prescreve medicação quando o paciente se queixa de sintomas, pode incentivar o relato exagerado de sintomas. É puro reflexo pavloviano.
O paciente aprende que o seu comportamento suscita uma resposta do médico, e se a resposta proporciona algum alívio, o paciente aprende a exagerar a dor para obter o resultado desejado.42Taxonomia: que tal falarmos a mesma língua quando tratamos a dor, Franklin Reis, PebMed, WB White book. [Internet] pebmed.com.br. Acesse o link.
O paciente relata estressores psicossociais atuais e graves. | |
O paciente relata tratamento psiquiátrico atual ou anterior e/ou uso de drogas psicotrópicas. | |
O paciente relata graves fatores biográficos de estresse (incluindo fatores de estresse traumático). | |
Evidências de resposta mal-adaptativa à doença (por exemplo, catastrofismo, estratégias de autoproteção ou enfrentamento inadequadas). | |
Crenças do paciente sobre doenças psicossomáticas.43Fibromyalgia Syndrome, Winfried Häuser, Dr. med., Wolfgang Eich, Prof. Dr. med., Markus Herrmann, Prof. Dr. med., Detlev O. Nutzinger, Prof. Dr. med., Marcus Schiltenwolf, Prof. Dr. med., and Peter Henningsen, Prof. Dr. Med., Dtsch Arztebl, PMC Int. 2009 Jun; 106(23): 383–391. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link. |
Em Outubro de 2018, um artigo de autoria da pesquisadora canadense Tiffany Boulton descreveu em termos muito simples o dilema representado atualmente pelo diagnóstico da fibromialgia. O nome do artigo? “Nothing and Everything. Fibromyalgia as a diagnosis of Exclusion and Inclusion”.
“Eles não conseguiram encontrar nada errado”
O processo de diagnosticar a fibromialgia começa excluindo a presença de outras condições.
“Tudo é um sintoma de fibromialgia”
A fase de inclusão visa conter todos os sintomas invisíveis e inexplicáveis da doença sob um único rótulo.
Deste modo, o diagnóstico de fibromialgia é considerado “desconcertante” pelos pacientes porque significa que seus sintomas debilitantes permanecem não confirmados e inexplicados pela experiência e tecnologia biomédica. Em vez de um diagnóstico que oferece um roteiro para tratar a doença, os pacientes são deixados com um rótulo – “fibromialgia” – que só aumenta seus sentimentos de incerteza.
researchgate.net 44[Internet] researchgate.net. Acesse o link.45Nothing and Everything: Fibromyalgia as a Diagnosis of Exclusion and Inclusion, Tiffany N Boulton, Qualitative Health Research 29(6):104973231880450. [Internet] researchgate.net. Acesse o link.
E tem mais, fatores psicológicos, ambientais ou socioculturais também sempre desempenham um papel importante na apresentação, reconhecimento e captura, ou mesmo na rotulação de casos de fibromialgia, porém não há lugar para eles nos critérios da fibromialgia.47Challenges in fibromyalgia diagnosis: from meaning of symptoms to fibromyalgia labeling, Ali Bidari, Banafsheh Ghavidel Parsa, Babak Ghalehbaghi, PMC, Korean J Pain. 2018 Jul; 31(3): 147–154. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.
O National Health Interview Survey (NHIS) coletou informações sobre o diagnóstico clínico e os sintomas da fibromialgia representando 225 milhões de adultos norte-americanos. Os critérios diagnósticos do NHIS para fibromialgia foram desenvolvidos com base nos critérios revisados em 2011 pelo American College of Rheumatology.
Dos 1,78% de pessoas que relataram um diagnóstico clínico de fibromialgia, 73,5% não preencheu os critérios de fibromialgia do NHIS e, portanto, não recebeu um diagnóstico clínico de fibromialgia.
O motivo?
O diagnóstico clínico da fibromialgia é desproporcionalmente dependente de fatores demográficos e sociais, e não dos próprios sintomas.
Os critérios diagnósticos para fibromialgia do American College of Rheumatology são usados como um guia vago por clínicos e pacientes.48Three-Quarters of Persons in the US Population Reporting a Clinical Diagnosis of Fibromyalgia Do Not Satisfy Fibromyalgia Criteria: The 2012 National Health Interview Survey, Walitt B, Katz RS, Bergman MJ, Wolfe F, PubMed, PLoS One. 2016 Jun 9;11(6):e0157235. [Internet] ncbi.nlm.nih.gov. Acesse o link.